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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | A FERA



O cinema sempre explorou a dinâmica do embate entre o homem e os animais, trazendo ótimas produções repleto de suspense e muita adrenalina. Sem me prolongar muito nesse parágrafo, destaco aqui o maior clássico do subgênero, Tubarão, de Steven Spielberg. Mas fazendo uma relação com o filme em questão, lá em 1996, Val Kilmer e Michael Douglas passaram o maior perrengue ao enfrentarem dois leões, no excelente A Sombra e a Escuridão, dirigido por Stephen Hopkins, e que é baseado em uma história real de um caso ocorrido no Quênia, em 1898. Agora, é a vez de Idris Elba passar por esse sufoco, junto com suas duas filhas, no eletrizante suspense A Fera, filme dirigido por Baltasar Kormákur, e que tem no elenco Sharlto Copley, Iyana Halley e Leah Jeffries. Na trama, o dr. Nate (Idris Elba) viaja com suas duas filhas para a África, após a morte de sua esposa. Junto com seu melhor amigo, Martin (Sharlto Copley), e suas duas filhas, Norah (Leah Jeffries) e Meredith (Iyana Halley), eles fazem um passeio pela savana africana, mas acabam sendo atacados por um leão faminto. Agora, perdidos no território do animal, Nate fará de tudo para proteger suas filhas, e escapar dessa situação com vida.


A Fera é tudo, e um pouco mais, do que se pode esperar de um filme de sobrevivência, a intensa luta entre Idris Elba e o leão. Com apenas 1h30 de duração, o diretor Baltasar Kormákur não perde tempo, e logo já começa a mostrar o embate com o leão assassino, colocando um mistério no jogo: por que o animal está tendo esse comportamento? Grande parte da produção se passa dentro, ou perto, do carro, e seguem-se situações tensas e angustiantes com o leão, totalmente em efeitos de CGI – o maior destaque da parte técnica -, com planos sequências que valorizam toda a ação das cenas de perseguição, tornando tudo ainda mais intenso e interessante de assistir. O ponto negativo fica para o roteiro, que insere um drama familiar batido – o luto, as filhas revoltadas, e resolver problemas -, além de não inovar na dinâmica do roteiro, repetindo algumas sequências de outras produções. O roteiro também podia ter explorado mais o ambiente da Savana americana, já que grande parte da ação se passa no mesmo local, colocando os personagens no território do leão a todo o momento, totalmente expostos e sem onde se esconder.



Idris Elba é o carisma em pessoa, e se sai muito bem no papel de protetor das suas filhas, e no embate com o leão assassino. Leah Jeffries e Iyana Halley, que interpretam as duas irmãs, conseguem lidar muito bem com toda a situação, mas suas personagens tão irritantes que quase nem ficamos preocupados com elas nas situações de perigo, além de tomarem decisões burras – uma delas resolve sair do carro com o leão vindo, e gritar desesperadamente no “walkie-talkie” em volume alto também não ajuda -; é pedir pra morrer mesmo.


Se você assistiu o primeiro Jurassic Park, de 1993, perceberá algumas semelhanças no enredo desse filme com o do Idris Elba e o leão, e não é à toa que a personagem de Halley está usando uma camiseta do filme de Steven Spielberg. No mais, A Fera é um ótima aventura de sobrevivência na natureza, ainda que peque em relação ao roteiro, mas que se sai bem nas tensas sequências de ação com o leão, muito bem produzido digitalmente, e é interessante a forma que Baltasar Kormákur mostra a hierarquia da selva, e como os animais são extremamente territoriais; é a lei da selva que prevalece, e os personagens estão nela. O embate final entre o personagem de Idris Elba e o leão é arrepiante, angustiante, de mexer com os nervos do espectador mais sensível. E apesar de A Fera ter aquelas situações que “só acontecem em filmes”, é uma produção divertida e repleta de suspense.




A FERA (BEAST)


Ano: 2022

Direção: Baltasar Kormákur

Elenco: Idris Elba, Sharlto Copley, Iyana Halley e Leah Jeffries



NOTA: 8,0




















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