CRÍTICA | A EPIDEMIA

George Romero foi o responsável por popularizar os filmes “zumbis”, com o lançamento do seu clássico, A Noite dos Mortos Vivos, em 1969. Muito mais do que um filme sobre ataques dos mortos vivos, a produção era uma critica social à época do lançamento, e foi assim na maioria dos seus filmes, que ficaram mais evidentes com o lançamento de O Exército do Extermínio, em 1973.

Chegamos em 2010 com muitos filmes zumbis lançados, várias ideias, e uma refilmagem de “The Crazies”, no original, o filme de 1973 de Romero. Mas diferente dos outros remakes, essa versão, agora intitulada de A Epidemia, consegue ser tão boa quanto a original, e insere elementos diferentes e atuais para dar uma reanimada no gênero. Timothy Olyphant, Radha Mitchel e Joe Anderson estrelam o terror.

Os moradores de uma cidade no interior dos EUA começam a agir estranho, se tornando agressivos e com raiva. O xerife da cidade, David (Timothy Olyphant) e seu parceiro, Russel (Joe Anderson) começam uma investigação, mas não resolvem a tempo de o exército chegar e tomar conta da cidade, e junto com sua esposa, Judy (Radha Mitchel), eles tentarão escapar da cidade antes que tudo piore.

A Epidemia mantém toda a essência e parte da crítica social que o original de 1973 fez, e só por isso, já merece metade da nota. A ação com os zumbis e toda a confusão demora um pouco para acontecer, e o roteiro, cheio de mistério e suspense, vai se desenvolvendo e, aos poucos, explicando tudo o que está acontecendo. Os “zumbis” não são os únicos inimigos dos personagens, e a produção mostra que o exército é tão cruel quanto as criaturas, agindo com violência e sem misericórdia. A tensão é constante, principalmente quando o caos toma conta de cidade, tem um ritmo frenético interessante e causa um mix de sentimentos no espectador em alguns momentos.

Timothy Opyphant, de Pânico 2, Radha Mitchel, de Terror em Silent Hill, e Joe Anderson do musical Across The Universe, estrelam o remake, e garantem momentos fortes durante a fuga da cidade, mas A Epidemia não é um filme que desenvolve os personagens, e nem isso nem importa tanto, o que nos é apresentado já é o suficiente.

Não é uma trama original, tem vários clichês, mas que o diretor usa ao seu favor, criando situações angustiantes. A Epidemia se desenvolve bem, cria um mistério em torno do problema, prende a atenção, tem ótimas sequências com os “zumbis”, e termina de uma forma satisfatória, com toques apocalípticos. Em meio a uma onde remakes ruins e desnecessários, a produção merece destaque, e se sai muito bem.

Postado originalmente em 2010. Editado em 2020.