CRÍTICA | A ENTIDADE
- Paulo Ricardo Cabreira Sobrinho
- 13 de out. de 2012
- 2 min de leitura

Quem sua sã consciência se mudaria para uma casa onde ocorreram assassinatos? Se você não sabia, ok! Mas se sabia, para que? Os filmes nunca levam essa lógica a sério, até porque, é um motivo para criar histórias assustadoras. E ainda, se você não conta à sua família sobre isso? Essa é uma das complicadas situações que o personagem de Ethan Hawnke passa, no terror sobrenatural A Entidade. Dirigido por Scott Derrickson, de O Exorcismo de Emily Rose, e produzido por James Blum, o longa é uma tensa história de ‘bicho papão”, envolvendo crianças e assassinatos.
Ellison (Hawk) é um escritor de livros policiais que vê a chance de sua vida em escrever um livro, em uma casa onde aconteceu um estranho assassinato de uma família e o desaparecimento de um dos filhos. Com a ajuda de um policial local, eles começam a investigar, descobrindo mais assassinatos semelhantes de outras famílias, e uma entidade que aparece nas gravações, colocando sua família, e ele mesmo, em risco.
Logo na primeira cena, o espectador já começa a ter uma noção da história que o filme vai mostrar. E, aliado a uma música em tom discreto, mas assustador, percebemos o quanto macabro pode ser. A Entidade envolve crianças, símbolos pagão e assassinatos. E o interessante é que o diretor não usou nada gráfico para mostrar os assassinatos, e sim, só uma insinuação do que vai acontecer, e consegue arrepiar mesmo assim. O longa de Derickson utiliza os chamados “snuff movies”, filmes caseiros reais com mortes violentas, para mostrar o que aconteceu com as famílias. Uma mais sinistra que a outra, o roteiro vai envolvendo o espectador em uma investigação sobre a ligação desses vídeos, muito interessante, ao mesmo tempo que o personagem ouve e, não presencia, aparições de espíritos de crianças. Cena, aliás, bem apavorante. É uma história simples, mas com um bom desenvolvimento.

Tem alguns clichês, sustos previsíveis, e situações bizarras, principalmente envolvendo o filho mais velho do personagem, que sofre de “terror noturno”. A fotografia é muito básica, focando principalmente no interior da casa, mas é o suficiente para criar a tensão e preparar o espectador para os sustos. Ethan Hawnk encarna bem o papel do escritor falido que se envolve em algo assustador para lançar mais um livro de sucesso, expressando bem o conflito e a obsessão de seu personagem. Como de costume, a filha mais nova de Elisson, Clare Foley, rouba a cena com toda a sua ingenuidade e carisma.
Mesmo sem mostrar cenas gráficas, apenas insinuando o que vai acontecer, o desfecho de A Entidade promete chocar o espectador, mas é muito previsível, e você poderá gostar ou odiar a forma como termina. O longa de Scott Derickson assusta, mexe com os nervos, tem situações macabras, e sustos, aliados a uma história envolvente, cenários escuros e uma trilha sonora estranha, que dão ainda mais tensão. Não é nada complexo, mas o filme não sairá da sua cabeça tão cedo.

A ENTIDADE (SINISTER)
Ano: 2012
Direção: Scott Derrickson
Elenco: Ethan Hawke, James Ransone, Juliet Rylance, Clare Foley e Michael Hall D'Addario.
NOTA: 8,5


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