Os anos 80 e 90 foram o auge de um subgênero do terror, chamado filmes de monstros, como O Enigma de Outro Mundo, Alien, Mutação, A Relíquia, Tentáculos, entre outros. Todos esses citados têm em comum os monstros serem algum tipo de alienígena, ou alguma mutação genética, e que ameaçam um grupo de pessoas em um determinado local. Temos então esse A Caverna, um filme de terror B com monstros, lançado em 2005, que vinha na cola de outro filme parecido, e muito melhor, Abismo do medo. Misturando terror com ação, e toques de ficção cientifica, a produção foi a estreia de Bruce Hunt na direção (ele já foi assistente de diretor de Lana e Lilly Wachowski, no primeiro Matrix), e tinha no elenco Cole Hauser, Eddie Cibrian, Lena Headey, Piper Perabo, e Daniel Dae Kim.
Uma equipe de mergulhadores profissionais é chamada para investigar, e mapear, uma caverna recém descoberta. Junto com outros cientistas, eles descobrem que criaturas monstruosas vivem nas profundezas da caverna, e precisam se unir para encontrar uma saída.
Antes de assistir A Caverna, tenha em mente que você vai ver um filme de terror B (filme trash). Nos anos 80, e na primeira metade dos anos 90, o cinema trash era conhecido como “filmes de baixo orçamento”, com bonecos robotizados, e efeitos especiais práticos. A partir da metade dos anos 90, e em diante, os efeitos foram melhorando, conhecidos como CGI, mas se comparado com a tecnologia de hoje, ainda são ruinzinhos. Os efeitos de A Caverna são bons, para a época, gerando boas sequencias de ação, além da concepção dos monstros, que parecem bem assustadores, porém, mas há um certo excesso de CGI neles em algumas cenas, o que deixa a desejar. Ainda na parte técnica, o visual da caverna é incrível, muitas delas na completa escuridão, mas as outras são belíssimas, principalmente nas cenas embaixo d’água, passando um clima sombrio e hostil.
Em relação ao roteiro, A Caverna não é dos mais inovadores, seguindo o ritmo básico de filmes que exploram lugares novos, e tem vários clichês; personagens revoltados, o grupo se divide, cenas na escuridão, e final previsível. Porém, a produção é eficiente em criar um ambiente claustrofóbico em alguns cenários, como as sequencias na água, e nos corredores estreitos, além de situações tensas, aliadas a uma boa trilha sonora, com destaque para a trilha de abertura, e uma cena com Charlie, a personagem de Piper Perabo, quando ela enfrenta uma das criaturas - a cena mais interessante do filme. Aliás, os personagens são alguns dos problemas sérios de A Caverna. Apáticos e sem carisma nenhum, eles não ganham a simpatia do público, alguns são irritantes, e desinteressantes; talvez, a personagem de Piper Perabo, que mencionei antes, e Cole Hauser, que interpreta um dos irmãos protagonistas, devido a sua condição, se saem melhor. Falando neles, o drama envolvendo os dois irmãos não convence, assim como os conflitos entre os integrantes, que os fazem tomar decisões burras típicas de filmes de terror, irritando ainda mais o espectador.
Outro problema é que, em algumas cenas, o diretor treme a câmera, e não conseguimos ver as mortes direito, e muitas delas, são cortadas. Mas A Caverna é razoável, valendo mais por ser um filme de monstro, com situações tensas, suspense moderado, e um final bem clássico de filme de terror. Não empolga tanto, consegue chamar a atenção do público em vários momentos, e pelo menos, não ficamos chocados quando algum personagem que gostamos, morre. A cena final deixa um gancho para uma continuação, que nunca teve. Ainda bem.
A CAVERNA (THE CAVE)
Ano: 2005
Direção: Bruce Hunt
Elenco: Cole Hauser, Eddie Cibrian, Lena Headey, Piper Perabo, e Daniel Dae Kim.
NOTA: 6,5
Disponível na HBO MAX.
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