Depois do sucesso das adaptações em “live action” de Cinderela, Mogli – O Menino Lobo e Malévola, a Disney percebeu o poder que tinha em mãos, e agora, decidiu tornar realidade uma de suas mais belas histórias: A Bela e Fera, a primeira animação da Disney a ser indicada ao Oscar, em 1992, que fala sobre o amor além da beleza. Dirigido por Bill Condon, essa nova adaptação incrementa novos detalhes na história, mas se mantém fiel ao desenho de 1991. Emma Watson, Dan Stevens, Luke Evans, Josh Gaad, Ewan McGregor, Ian Mckellen, Kevin Kline, Stanley Tucci e Emma Thompson.
Bela (Emma Watson) é uma jovem garota que mora em uma vila, e sempre é cortejada pelo garanhão Gaston (Luke Evans). Um dia, seu pai, Maurice (Kevin Kline), desaparece, e Bela acaba aprisionada em um castelo de uma fera (Dan Stevens), que foi amaldiçoado.
A Bela e a Fera, segue exatamente o enredo da animação, incluindo as canções, mas os roteiristas Stephen Chbosky e Evan Spiliotopoulos tiveram a liberdade de ampliar a narrativa do conto. São uns trinta minutos a mais de cenas, e umas quatro músicas diferentes, contando mais sobre o passado de Bela e seu pai, e o porquê de os empregados também terem sido amaldiçoados. A direção de arte do castelo, a ambientação, os móveis, tudo impecável, o que pode garantir uma indicação ao Oscar nessa categoria, além do figurino belíssimo, seguindo à risca da animação, que pode dar outra indicação. Ainda na parte técnica, os efeitos especiais estão bem produzidos, tornando a xícara, o guarda roupa, A candelária, o relógio, e outros personagens, bastantes realísticos, e, principalmente, em relação a transformação da Fera, tornando o ator Dan Stevens irreconhecível debaixo dos efeitos.
O elenco é outro chamativo de A Bela e a Fera, não somente pelos atores e atrizes conhecidos, mas pelo carisma e simpatia que seus personagens transmitem para o público. Emma Watson faz uma personagem independente, sensível e determinada, que a torna a escolha ideal para interpretar a Bela, e ainda, a sua relação com seu pai, interpretado pelo ótimo Kevin Kline, ganha mais sintonia do que a animação, graças a adição da história deles na trama. Dan Stevens está irreconhecível no papel da Fera, e deixa a criatura com uma aparência mais simpática. Os coadjuvantes, e não menos importantes, personagens carismáticos que foram transformados em objetos, dão o ar da graça: o candelabro Lumiére (Ewan McGregor), o relógio Horloge (Ian Mckellen), o bule de chá Mr. Pots (Emma Thompson) e seu fofo filho, a xicara Chip (Nathan Mack), o espanador Plumette (Gugu Mbatha-Raw) e o guarda roupa madame Garderobe (Audra McDonald), esbanjam fofura e simpatia.
O destaque aqui vai para Gaston (Luke Evans), e seu fiel parceiro Le Fou (Josh Gaad). Evans transmite o jeito arrogante e narcisista de Gaston, em uma atuação bem expressiva, enquanto o LeFou de Josh Gaad, serve como alívio cômico, além de mostrar o desejo reprimido por Gaston, em uma leve tentativa de mostrar personagens LGBT’s no universo da Disney. Antes que venham reclamar, o personagem da animação de 1991, já dava a entender de sua sexualidade, e aqui, Bill Condon apenas dá mais expressividade sobre. Isso também é mostrado em duas cenas no final do filme.
Todo mundo conhece a história de A Bela e a Fera, mas o filme de Bill Condon ainda consegue transmitir toda a emoção e magia por trás dessa bela história de que a beleza interna é o que mais importa. É um filme bonito, engraçado, com um visual arrebatador, personagens carismáticos e muito bem interpretados, que busca seguir passo a passo da trama original, inserindo meia hora de filme, sem perder a estrutura narrativa.
A BELA E A FERA (BEAUTY AND THE BEAST)
Ano: 2017
Direção: Bill Condon
Elenco: Emma Watson, Dan Stevens, Luke Evans, Josh Gaad, Ewan McGregor, Ian Mckellen, Kevin Kline, Stanley Tucci e Emma Thompson
NOTA: 9,5
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