James Bond é um dos maiores personagens do cinema, com mais de 20 filmes no currículo, e seis atores interpretando o icônico agente britânico. A maioria dos filmes da série, traziam vilões que queriam dominar o mundo, fato que mudou com a entrada de Daniel Craig na série; é muito nítida a diferença dos filmes de Pierce Brosnan, por exemplo. Depois de dois bons filmes, Cassino Royale (o melhor) e Quantum Of Solace, Daniel Craig retorna pela terceira vez ao papel do agente 007, no que é considerado um dos melhores filmes da franquia. Dirigido por Sam Mendes, de Beleza Americana e Estrada para Perdição, 007 – Operação Skyfall é quase que um retorno, uma celebração aos filmes antigos. No elenco estão Judi Dench, Raplh Fienes, Ben Wishaw e Javier Barden.
Bond (Craig) é ferido em uma missão e é dado como morto. Ao mesmo tempo, a MI6 em Londres foi atacada, e agentes acabam ficando na mira de um criminoso, Raoul Silva (Javier Barden), que tem planos para a chefe da agência, M (Judi Dench). Bond retorna do esconderijo, e retorna a sua rotina para descobrir quem é o criminoso e impedi-lo de destruir o serviço secreto britânico.
Sem as inúmeras cenas de ação dos seus dois filmes anteriores, Skyfall acaba se tornando um filme mais intimista, uma vingança pessoal. Como de costume, o filme já começa com Bond em uma missão, em uma cena onde ele dá uma arrumada básica no seu paletó depois, clássico do agente, de pular de um vagão para o outro em um trem em movimento. É visível a forma como o roteiro quer se aproximar dos antigos filmes de Bond, juntando o novo com o velho, seja nos diálogos, nas metáforas, no famoso Aston Martin DB5, de placa BMT216A, no tema clássico do agente, ou no arrasador ato final. Um belo presente para os fãs mais antigos. Talvez, o enredo se estenda demais, já que Bond viaja para dois lugares antes de encontrar Silva, e também demora para juntar os pontos. Mas nada tira o mérito do filme, que tem uma história interessante, estilosa e com algumas surpresas.
James Bond está diferente em Skyfall, como se após uma determinada cena no filme, o “velho” Bond morreu, e surgisse um novo. Aquele Bond ágil, invencível, não está mais tão presente, dando lugar a um agente que parece estar cansado, ultrapassado, como que ele tivesse que se atualizar; várias cenas indicam isso. Daniel Craig dá vida ao agente pela terceira vez, e aqui ele está em sua melhor forma, charmoso e estiloso, ele faz um Bond peculiar, único e diferente. O vilão da vez é Raoul Silva, com seu plano para destruir o serviço secreto britânico, interpretado pelo maravilhoso Javier Barden. Ele faz um vilão enigmático, de certa forma, afetado, é ameaçador, mas com estilo. É um vilão icônico, com certeza. Merece destaque o primeiro encontro de Bond e Silva, que tem um diálogo brilhante, e que mostra que os dois atores entraram de corpo e alma nos seus personagens.
A sempre ótima Judy Dench, novamente, interpreta a chefe da agência, M, e agora, ela é alvo do excêntrico vilão Silva. Sua personagem está mais forte, brava, com as famosas alfinetadas, e sentindo que sua missão no serviço secreto britânico está chegando ao fim. Sim, esse é o último filme da atriz na franquia, que vem desde os filmes de Pierce Brosnan, nos anos 90. Destaque também para o novo Q, o chefe da divisão de investigação, Ben Wishaw, que faz um contraponto entre o velho, e o novo Bond.
Chegamos no grandioso ato final, onde entendemos o porquê de Skyfall, que tem uma maravilhosa direção de arte, uma das melhores cenas de todos os filmes de James Bond, com certeza. Uma conclusão fenomenal. Ao terminar, passamos por uma sensação nostálgica, com referências aos filmes antigos, embalado com uma ótima trilha sonora, com destaque para o tema de abertura, interpretado por Adele, uma das melhores canções de toda a série, mistério, cenas de ação bem feitas, e um vilão extraordinário, fazem de Operação Skyfall um dos melhores filmes da franquia.
007 - OPERAÇÃO SKYFALL (SKYFALL)
Ano: 2012
Direção: Sam Mendes
Elenco: Daniel Craig, Judi Dench, Raplh Fienes, Ben Wishaw e Javier Barden.
NOTA: 9,5
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