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Foto do escritorPaulo Ricardo Cabreira Sobrinho

CRÍTICA | INSTINTO SELVAGEM



Instinto Selvagem é um dos filmes mais polêmicos do cinema, principalmente para a época que foi lançado, lá em 1992. A produção foi dirigida por Paul Verhoven, que nos entregava um intenso thriller erótico, subgênero muito comum nos anos 90, faturando mais de U$ 350 milhões pelo mundo. O filme também foi o responsável por lançar a atriz Sharon Stone ao estrelato, e tem uma das cenas mais famosas da história do cinema: a famosa cruzada de pernas da atriz. Com cenas de sexo explicitas, assassinatos, e muito sangue, Instinto Selvagem tinha Sharon Stone e Michael Douglas como protagonistas, trazendo uma narrativa muito bem conduzida. Na trama, um famoso artista de rock é assassinado, e a principal suspeita é Catherine Thramell (Stone), que saia ocasionalmente com ele. O detetive responsável pela investigação é o problemático Nick (Douglas), que tem certeza que a moça é a responsável pelo crime. Mas tudo fica complicado quando ele se envolve com Catherine. No elenco ainda estão Jeane Tripplehorn, George Dzundza, Leilane Sarelli, Wayne Knight, e Chelcie Ross.


A primeira cena de Instinto Selvagem mostra exatamente como o filme de Paul Verhoven vai ser: cenas de sexo explícito, assassinatos, e muito sangue. O roteiro, escrito por Joe Eszterhas, é muito bem conduzido, criando várias teorias sobre quem cometeu o assassinato, com a introdução de novos personagens e seus conflitos pessoais. Além disso, Verhoven e Eszterhas nunca deixam claro se Catherine realmente cometeu o crime, confundido o espectador (no bom sentido) que tenta adivinhar o mistério. Ela sempre está envolvida em algum tipo de crime, e ainda escreve romances policiais sobre os assassinatos, e cada um tem alguma ligação com os crimes que esteve envolvida – Catherine seria burra demais em escrever um livro sobre um assassinato, e depois, matar alguém exatamente como ela escreveu no seu livro -. Os diálogos são afiados e irônicos, e todo o tempo a personagem de Sharon Stone brinca com Nick, dando indícios que ela é a responsável por esse assassinato, e pelos outros, mas ninguém consegue provar; essa genialidade do roteiro torna Instinto Selvagem interessante e cheio de mistérios. As tão comentadas cenas de sexo não são aleatórias, elas estão lá por um motivo, e fazem parte da história como um todo, e sem todo esse erotismo, a produção não seria a mesma; Paul Verhoven não poupou nas cenas explicitas, o principal motivo de toda a polemica na época do lançamento.



A trama principal envolve as personagens de Sharon Stone, Michael Douglas, Jeane Tripplehorn, e Leilane Sarelli. Stone brilha como a escritora Catherine, sedutora, fatal, dominadora de homens, e que os manipula para se beneficiar. Inteligente, segura de si, e com uma personalidade muito forte, a atriz faz uma personagem ousada, sem medo de viver intensamente, sem pudor ou vergonha, disposta a falar abertamente sobre sexo, desejos, e fantasias, assuntos que eram tabus para a época. Douglas é o detetive Nick, com um passado conturbado, bem machista por sinal, e que acaba se envolvendo com Catherine, que está interessada em escrever um outro romance, agora, sobre um policial que se apaixona pela pessoa errada, e Nick é a inspiração da vez. Ele está passando por problemas relacionados a álcool e drogas, e faz terapia com Elisabeth (Tripplehorn) que também já teve, e ainda tem, um envolvimento. De alguma forma, o roteiro acaba criando uma conexão entre eles, com muitas revelações e surpresas que movimentam ainda mais a trama. E fechando esse núcleo, temos Roxy (Leilane Sarelli), a namorada/amiga de Catherine, que adora observa-la transando, ciumenta e misteriosa, capaz de tudo para proteger sua amada.


Instinto Selvagem abriu as portas, definitivamente, para o gênero do suspense erótico, que apesar de ter alguns exemplares nos anos 80, como Atração Fatal (também estrelado por Michael Douglas), foi responsável por vários outros filmes nos anos 90, como Invasão de Privacidade (também com Sharon Stone), A Cor da Noite (com Bruce Willis), Terapia do Prazer, entre outros. Paul Verhoven foi a escolha certa para dirigir a produção, já que ele vinha do cinema holandês, com menos tabus do que o cinema americano, e não tinha medo de ousar nas cenas. Ainda tinha a música tema, e a trilha sonora, conduzida por Jerry Goldshmith (indicada ao Oscar), além de Jan De Bont, responsável pela fotografia do filme, e que mais tarde, dirigiria outro sucesso da década de 90, Twister. No mais, Instinto Selvagem é um filme intenso e sem pudor, com um roteiro envolvente e brilhantemente escrito, que brinca com o espectador sobre quem é o assassino, provocativo e sensual, com ousadas cenas de sexo explícito. Sharon Stone se destaca como Catherine Trammell, fazendo uma personagem sem vergonha nenhuma, falando abertamente sobre qualquer tema, e acabou se tornando um ícone do cinema, se mostrando uma mulher poderosa e sensual que manipula os homens, e que os tem nas suas mãos, tudo isso lá no inicio da década de 90, época onde os homens dominavam tudo. Instinto Selvagem foi um filme revolucionário para a época.



INSTINTO SELVAGEM (BASIC INSTINCT)


Ano: 1992

Direção: Paul Verhoven

Elenco: Sharon Stone, Michael Douglas, Jeane Tripplehorn, George Dzundza, Leilane Sarelli, Wayne Knight, e Chelcie Ross



NOTA: 10

















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